quinta-feira, 31 de julho de 2014

Carta aos socios do grupo "Mais Botafogo"

Prezado Sócio do Botafogo de Futebol e Regatas,

Ao longo dos últimos anos o grupo Mais Botafogo tem, com imensa apreensão, revelado-lhe os graves erros, equívocos, decisões temerárias e outros atos lesivos aos interesses do Botafogo, que vem sendo cometidos pelo Sr Maurício Assumpção.
Em abril, percebendo a enormidade e a gravidade da crise em que tínhamos sido colocados pelo presidente do Clube ao, deliberadamente, sonegar ao Tribunal Regional do Trabalho informações referentes ao valor das receitas auferidas pelo Botafogo, provocou nossa exclusão do Ato Trabalhista, solicitamos que o Sr Maurício renunciasse ao cargo ou que, caso não o fizesse, que o presidente do Conselho Deliberativo, usando as prerrogativas do artigo 54 do Estatuto, propusesse a cassação do seu mandato.
Infelizmente nada disto aconteceu e, em nome de uma pretensa preservação do nome do Botafogo, nada foi feito, preferindo-se empurrar a crise com a barriga ou esconder-se dela, como se isso tivesse o poder de resolvê-la.
A consequência está aí, à vista de todos: o problema se agravou, os atrasos salariais foram aumentando. Como um pré aviso o time negou-se a viajar para disputar amistoso em João Pessoa, o ambiente deteriorou-se. O Vice de Futebol deu declarações à imprensa onde ficou patente que não tinha nenhum controle sobre o elenco. Já o presidente, demonstrando desamor pelo Botafogo, ganhou as manchetes de toda a imprensa e a notoriedade que sempre desejou ao declarar, em encontro com a Presidente da República, que estava considerando retirar o time do Campeonato Brasileiro.
Mas, em uma demonstração de que o fundo do poço a que estamos sendo levados por esta administração ainda não foi atingido e que nada está tão ruim que não possa piorar, matéria publicada ontem nos informa que “Empresa de familiares de Assumpção recebe 5% de patrocínio do Botafogo”, o que foi confirmado pelo próprio sr Maurício, o qual, além de tudo, não vê nenhum problema nisto, achando normal remunerar a referida empresa, desde 2010, com mais de um milhão de reais por ano.
Prezados sócios: BASTA!!!!!
É a existência do Botafogo que está ameaçada!!!
É chegada a hora dos verdadeiros BOTAFOGUENSES se manifestarem e exigirem o afastamento deste nefasto senhor do nosso Clube.
Ele não é digno de usar o título que foi usado por Flávio Ramos, Paulo Antonio Azeredo, Benjamin Sodré, Carlito Rocha, Althemar Dutra de Castilho, Ney Cidade Palmeiro, dentre tantos grandes Presidentes, estes com P maiúsculo, que engrandeceram o nosso Clube.
Senhor José Luiz Rolim, Presidente do Conselho Deliberativo: assuma seu papel neste momento histórico e convoque, imediatamente, o Conselho para demitir este senhor, responsável por tantos e talvez irreparáveis prejuízos ao Botafogo e que nem mesmo deveria ter o direito de declarar-se botafoguense, do cargo que hora ocupa. Faça isto antes que seja demasiadamente tarde.
Saudações Alvinegras,
Grupo Mais Botafogo.

domingo, 27 de julho de 2014

A que ponto chegamos...


Uma cena jamais vivenciada no futebol brasileiro chamou a atenção de todos antes do inicio do classico hoje no Maracana.

Para voce que nao acreditava, ou que se recusava a aceitar, ai esta a prova de que o Botafogo vive um dos piores momentos da sua historia.

Ha 19 anos sem ganhar um campeonato a nível nacional e tendo feito, em 2014, as piores campanhas de toda a sua historia no Campeonato Carioca e na Libertadores, a perda do Engenhao no ano passado é apenas mais um indicio de que estamos afundando.

Depois do aumento estrondoso da nossa divida e o fracassado (e estranho) patrocinio com uma empresa que praticava atos ilegais, os salários atrasados nao surpreendem ninguém. Nem mesmo a ameaca do nosso presidente de abandonar o Brasileirao(!!!). 

Mas essa faixa tem um recado implicito que pode nos dar um mínimo de esperança: Se cuida, dentista!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

De volta à dura realidade pós-Copa

Acabou a Copa do Mundo de 2014, a "Copa das Copas".

Estou muito triste porque adoro Copa do Mundo, mas feliz porque não quero mais ter que ficar pensando no vexame que sofremos na semifinal contra a Alemanha. Doeu de verdade.

E eu que pensava que a Copa do Mundo me faria esquecer os últimos traumas do nosso Botafogo, como a eliminação precoce da Libertadores, a pior campanha no Campeonato Carioca da nossa história e nosso ridículo adeus à Copa do Brasil de 2013. 

Que nada, o sofrimento não tem fim. Como diz a lei de murphy, nada é tão ruim que não possa piorar.

Agora não preciso mais pensar na maior goleada que a seleção brasileira já sofreu em Copas do Mundo, mas não posso ignorar o fato de que o reforço mais significativo que arrumamos durante a Copa foi um tal de Yuri Mamute.

Eu sou do tempo em que Hulk jamais vestiria a camisa do Brasil e Jorge Wagner e Carlos Alberto não seriam, de forma alguma, considerados boas contratações para o Botafogo.

Quer dizer, na verdade eu sou desse tempo sim. Mas, futebolisticamente falando, sinto que nasci décadas antes. É como se eu tivesse visto Garrincha, Nilton Santos e Pelé jogarem juntos na seleção; é como se eu tivesse presenciado Jairzinho ser artilheiro da Copa de 70.

Talvez porque, mais do que não ver beleza no atual futebol praticado no Brasil, eu simplesmente não concordo com ele.
Não, eu não posso ser do tempo em que o Botafogo é alvo constante de piadas e o Brasil leva 7 gols em uma partida.

Não quero viver o presente...

Mas, infelizmente, ontem ele veio até mim, com a nossa derrota para o Sport com um gol do meio de campo (tem coisas que só acontecem com o Botafogo!) e nossos nove pontos em dez jogos. 

A tabela do Brasileirão estava bem à minha frente, revelando a dura realidade: esse ano lutaremos para não cair.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O fim de uma era - ascensão e queda do futebol pragmático

Quiseram os deuses do futebol que o fim de uma era de futebol pragmático se desse no Maracanã, palco onde a Espanha também sofreu a maior goleada da sua história (6 a 1, na Copa do Mundo de 1950) e perdeu por 3 a 0 para o Brasil na final da Copa das Confederações do ano passado.

Desde 2008, quando venceu a Eurocopa pela primeira vez, a seleção espanhola começou a ser apontada por muitos como uma das favoritas para vencer a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.

Com um estilo de jogo cultivado no Barcelona, que naquele momento era considerado "o melhor time do mundo", a seleção da Espanha se caracterizava principalmente pela posse de bola e pela troca de passes.
Não era um futebol bonito de se ver, mas era um futebol inovador que não deixava o adversário jogar e "amadurecia o gol" aos poucos. E foi assim que a Espanha venceu a Copa do Mundo passada, com grandes craques como Iniesta e Xavi.

Depois disso, venceu ainda a Eurocopa de 2012 e, de uma seleção praticamente sem tradição no futebol, passou a ser considerada simplesmente a melhor seleção de todos os tempos.
Melhor mesmo do que o futebol arte dos tempos de Garrincha, Pelé e Nilton Santos ou do verdadeiramente revolucionário carrossel holandês de 1974.

O que só podia ser uma grande piada para uma seleção que, até quatro anos antes, não tinha expressão alguma no futebol.

Mas era o que se dizia por aí: a Espanha revolucionou o futebol.

Com um toque de bola extremamente chato e frequentes vitórias por 1 a 0, o futebol da "Fúria" transformou-se no principal argumento a favor do pragmatismo no futebol. Começaram expressões curiosas como "futebol cirúrgico" e a defesa da vitória e da coletividade, ao invés do futebol bonito e da individualidade.

Já discuti diversas vezes com meu namorado por ele acreditar, assim como muitos, que antigamente era fácil jogar futebol. Até que, certa vez, ele disse: "Já sei qual é a nossa grande diferença: eu gosto do futebol coletivo e você gosta do futebol individual". 
Essa talvez fosse uma verdade, mas não absoluta, visto que, assim como os desconcertantes dribles de Garrincha, o futebol coletivo da Laranja mecânica em muito me agradava. 
Então dei uma resposta ainda melhor: "Não é bem isso. A nossa grande diferença é que você gosta do futebol pragmático e eu gosto do futebol arte".

Porque a grande verdade, meus amigos, foi dita por ninguém menos que Nilton Santos:
"O futebol é a brincadeira mais séria que existe. Só vence quem pensa assim."

Não sei a partir de que momento o futebol deixou de ser uma arte, uma brincadeira, uma ginga capoeirística, para se tornar um jogo cujo único objetivo é fazer o gol, não importa a qual custo. Mas a vitória da "era Dunga" em 1994 certamente contribuiu para isso.

De uns tempos para cá, principalmente a partir da década de 1990, o futebol vem ficando truncado e chato. 

"Ah, mas antigamente era fácil driblar todo mundo, porque ninguém batia". 
E desde quando bater é considerado um recurso no futebol? Saber bater não é mérito, é apenas algo que estraga um jogo que foi feito para ser bonito.
Além disso, não é verdade que ninguém batia. De vez em quando rolavam umas porradas brabas. Esse é o principal motivo pelo qual os times brasileiros não disputavam a Libertadores nos anos 1960: todo mundo voltava pra casa roxo.

Vencer é importante, mas não acho que signifique absolutamente tudo. 

A Holanda de 1974 não foi campeã do mundo, mas é lembrada até hoje e sempre será. A Espanha, por outro lado, venceu a Copa de 2010, mas o que isso significou na prática? A seleção espanhola, na verdade, nunca foi tudo isso que se dizia por aí.
Assim como a seleção brasileira de 1994 não pode ser comparada à de 1970, apesar de ambas terem sido campeãs do mundo.

Desde a Copa das Confederações de 2013 e as duas goleadas sofridas pelo Barcelona na última Champions League, a defesa do futebol pragmático espanhol felizmente vem perdendo força.
Depois de muito toque de bola pra cá e pra lá, a Espanha caiu no momento em que os adversários descobriram que, quando adiantavam a marcação, pressionando a saída de bola espanhola, o tic-tac simplesmente não funcionava.
Uma vez que os zagueiros espanhóis perdiam a bola e o time adversário abria o placar, a Espanha não conseguia reagir, porque seu estilo de jogo foi moldado para sair na frente no placar, e não para correr atrás do resultado. Para piorar, simplesmente não se chutava a gol a menos que se estivesse na pequena área, o que mais uma vez descaracterizava o futebol, já que saber chutar bem também é uma arte. E hoje em dia, infelizmente, esse não é forte de boa parte dos jogadores.

Portanto, não é verdade que antigamente era fácil jogar futebol. 

A maior parte dos grandes jogadores sabia driblar e chutar, características de poucos hoje. 
Messi é um raro exemplo, e justamente por isso foi eleito quatro vezes seguidas o melhor do mundo: porque sabe fazer o que hoje quase ninguém sabe, mas que antigamente quase todos sabiam.

Isso faz com que, na minha opinião, Messi seja o único jogador atual capaz de ser comparado a grandes ídolos do passado. Tanto Messi como Garrincha seriam craques em qualquer época.

Espero que o fim de uma era (breve, como não poderia deixar de ser) de pragmatismo nos faça refletir novamente sobre o que é o futebol: um esporte feito para ser leve, bonito e bem jogado, e que justamente com essas características conquistou o mundo há décadas.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Eu quero é ver o Loco!!!

Estou super ansiosa para o evento que vai rolar hoje, às 18h, no Café Del Mar, em Copacabana.


Pra quem não sabe, o evento conta com a presença de Loco Abreu, que dará entrevista, narrará seus próprios gols e distribuirá autógrafos.

O evento foi uma iniciativa da torcida com o objetivo de homenagear o maior ídolo recente do Botafogo.

Sou fã assumida do Loco Abreu e, felizmente, tive a oportunidade de tirar uma foto com ele no estacionamento do aeroporto do Galeão em 2011, depois de correr mais rápido do que jamais corri em toda a minha vida. 

Como escrevi em um post antigo (http://realfogo.blogspot.com.br/2013/12/a-diferenca-entre-seedorf-e-loco-abreu.html):
"Muitas vezes, o que faz de um jogador um ídolo não são as conquistas, nem a importância tática, nem as jogadas mirabolantes, nem mesmo a permanência no clube.
O que faz de um jogador um ídolo é algo que foge de conceitos do futebol e se transporta para um campo abstrato, quase espiritual: sua identificação com o clube."

UH, EL LOCO!!!!!!

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Cada um tem o que merece

Podem me chamar de má, de "sem coração" ou o que for, mas tenho apenas duas palavras a dizer sobre a demissão de Seedorf após seis meses como técnico do Milan: 

Bem feito!

Estou indignada com a quantidade de botafoguenses defendendo sua volta ao Botafogo. Talvez estes sigam o mesmo princípio do eleitor brasileiro, que tem memória volátil e pouco tempo depois reelege os mesmos bandidos.

Não que eu esteja dizendo que Seedorf é um bandido, muito menos que é um jogador ruim. Reconheço que foi um craque a nível mundial, mas minha principal crítica não se refere nem somente ao fato de ser um jogador velho com lampejos do craque que já foi, mas também - e principalmente - à sua postura de superioridade em relação ao Botafogo e aos torcedores do clube.
(leiam este excelente post do Gustavo sobre a personalidade e o narcisismo de Seedorf: 
http://realfogo.blogspot.com.br/2013/11/a-bolha-botafoguense-e-ira-narcisista.html)

Seedorf se achava maior do que o Botafogo. Assim sendo, acreditava que nós, botafoguenses, tínhamos que agradecer todos os dias por termos um craque como ele jogando no nosso clube.

Enquanto a verdade é que ele, sim, deveria agradecer pela oportunidade de jogar em um clube com tanta história e tradição como o Botafogo - o clube que foi eleito um dos 12 maiores do mundo pela FIFA no século XX e que mais cedeu jogadores à seleção mais vitoriosa em Copas do Mundo.

Não me esqueço do dia 13 de novembro do ano passado, quando eu, Kio e Gustavo, sentados bem próximos à saída para o vestiário do Maracanã, seguramos cartazes como forma de protesto pelas más atuações da equipe, que naquele dia conseguiu a proeza de sair do G4 após um empate sem gols com a Portuguesa. O mais enfático dos cartazes dizia "Lutem! Respeitem nossa história!".
Os jogadores saíram praticamente sem olhar para os xingamentos da torcida e para os nossos cartazes, mas Seedorf agiu diferente. Ele parou à nossa frente e nos encarou fixamente, com as mãos na cintura, cara de desprezo e uma nítida postura de superioridade. Quase pude ler seu pensamento: "Bando de idiotas".

Depois desse dia, e dadas suas constantes declarações de que "se a torcida tivesse comparecido em maior número, poderíamos ter lutado por mais", bem como suas amareladas em campo (nos dois jogos mais decisivos do ano, Cruzeiro no Brasileirão e molambos na Copa do Brasil, ele simplesmente sumiu, tendo ainda perdido um pênalti importantíssimo no primeiro), Seedorf caiu muito no meu conceito.
E, não tenho certeza nem cheguei a pesquisar sobre isso, mas vocês conseguem se lembrar de algum gol que ele tenha feito contra nossos rivais cariocas? Sinceramente, o máximo que consigo me lembrar é do pênalti perdido contra o Fluminense na final da Taça Rio do ano passado.

Em seus últimos seis meses pelo Botafogo, mais atrapalhou do que ajudou. Perdia a bola, errava passes, retardava jogadas... Mas, é claro, ninguém pode admitir isso simplesmente porque ele é o Seedorf.

Depois, sem aviso prévio e em início de temporada e de preparação para a Libertadores, resolveu sair para ser técnico do Milan, mostrando que só estava no Botafogo por considerar que não havia muitas opções melhores no mercado, dada sua idade avançada.

Eu digo NÃO à volta de Seedorf. 
Defendo minha opinião sem ao menos pensar se ele se encaixaria bem no time atual ou se é mais qualificado do que todo o nosso meio campo junto. 
Acredito que, nesse caso, a primeira coisa que devemos considerar é se ele merece uma segunda chance. E, nesse sentido, a resposta claramente é não. Suas diversas declarações mostraram um desrespeito a tudo o que o nosso clube representa em cenário não apenas nacional, mas mundial. 
Ao se achar maior do que o Botafogo, está implícito seu desprezo por nossos grandes craques, muitos dos quais serão mais lembrados e venerados do que ele próprio. Ou será que Seedorf se considera mais importante do que Nilton Santos e Garrincha para a história e a evolução do futebol?

Respeito muito seu futebol, Seedorf, mas você não é, nunca foi e nunca será maior do que o Botafogo de Futebol e Regatas.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

De quantas "barcas" precisamos?

No início do ano passado, quando fomos campeões cariocas de forma incontestável, tivemos a ilusão de que, pela primeira vez em muito tempo, ganharíamos um título de peso em 2013.

Desde 2012, apesar das saídas de Loco Abreu e Herrera, parecia que a diretoria vinha formando um dos melhores elencos da última década. 
Com a chegada do craque mundial Seedorf, do jovem e promissor uruguaio Lodeiro, com a "volta por cima" de Rafael Marques, a grande fase de Fellype Gabriel e tendo Vitinho como grande revelação, o segundo ano de Oswaldo de Oliveira no Botafogo era bastante promissor.

Acreditamos, ingenuamente, que seríamos campeões de tudo em 2013.

Porque, além da mística presente no ano 13, tínhamos um elenco capaz de vencer o Brasileirão e a Copa do Brasil, repetindo o grande feito do Cruzeiro dez anos antes.
Não precisávamos de contratações, precisávamos apenas manter os jogadores que já tínhamos.

Mas, ainda ano meio do ano, a diretoria deu um banho de água fria em nossos sonhos com a "barca" que incluía Fellype Gabriel, Andrezinho, Márcio Azevedo, Jadson e Vitinho.

Tentamos abstrair esse pequeno "detalhe" e seguimos confiantes, mas a verdade é que, depois disso, o Botafogo nunca mais foi o mesmo. Nosso rendimento caiu no Brasileirão e nossa distância de mais de dez pontos do primeiro time fora do G4 foi se reduzindo aos poucos.

Então veio a Copa do Brasil, o maior trauma futebolístico da minha vida, sobretudo porque eu estava lá e, para piorar, estava na torcida mista e não fui perdoada pela grande maioria molamba. 
Sei que vou me lembrar de cada detalhe daquela triste e vergonhosa goleada, mas prefiro não entrar em detalhes sobre esse dia. Já desabafei nesse post: http://realfogo.blogspot.com.br/2013/10/um-trauma-para-vida-meu-sincero-desabafo.html

A eliminação da Copa do Brasil foi um marco, um sopro de realidade para quem seguia acreditando em um título nacional. Não nos conformamos e chegamos a abaixar a cabeça e pensar que "nunca venceremos nada porque somos o Botafogo, e tem coisas que só acontecem ao Botafogo".

Vinte dias depois, lá estava eu no Maracanã assistindo o Botafogo sair do G4 após 30 rodadas.

No fim do ano, precisávamos, além de uma vitória contra o Criciúma, que o Goiás perdesse seu último jogo e a Ponte Preta não fosse campeã da Sul americana. 
Cancelei minha viagem para Fortaleza porque minha superstição alvinegra me dizia que, se eu ficasse no Rio e fosse ao Maracanã, essa combinação de resultados se concretizaria.

Felizmente, eu estava certa. E nós estávamos na Libertadores.

Era hora de pensar alto, de reforçar o time, contratar novos reforços e arranjar um técnico renomado. Afinal, depois de 18 anos de espera, conseguimos aquela tão sonhada vaga.

Mas, para nossa surpresa, a diretoria incorporou o espírito de time pequeno e tratou a classificação para a Liberta como um título. Prova disso é que, na área de lazer de General Severiano, uma grande bandeira alvinegra estampava em letras prateadas "LIBERTADORES 2014". 
Foi aí que começou a me dar um frio na barriga.

E então, como um time que acabou de conquistar a Libertadores, e não como um time que acabou de conquistar uma vaga na Libertadores, foi anunciada uma nova "barca", composta por Oswaldo de Oliveira, Seedorf, Rafael Marques, Elias...

Confesso que, em toda a minha vida futebolística, nunca vi uma diretoria desmontar um time para a Libertadores. Isso só acontece em times pequenos, o que me fez crer que Maurício Omissão só poderia pensar mesmo que o Botafogo era um clube pequeno.
E, pasmem, ele pensava mesmo. Chegou a afirmar que nós não temos do que reclamar, porque "no meu tempo o Botafogo ficou 21 anos sem ganhar um título".

Foi com essa grande lição de vida que ele levou embora metade do time, trouxe jogadores pífios para substituir os que se foram e promoveu a técnico um cara que entende menos de futebol do que a minha avó - e olhe que minha avó não sabe nem o que é um escanteio.

É claro que não poderíamos passar da primeira fase da Libertadores.

Como se não bastasse toda a economia gerada por essas lambanças, o dinheiro simplesmente "sumiu" sem explicação e o dentista, além de decidir ficar devendo dois meses de salário, resolveu preparar uma nova "barca" para reduzir as despesas do clube.

Eu me pergunto: que despesas um clube que troca Seedorf por Jorge Wagner, Lodeiro por Wallyson, Elias por Ferreyra, Oswaldo por Mancini ainda pode ter? Rodrigo Souto, Ronny, laterais gêmeos e Airton são jogadores muito caros? 
NÃO! Então cadê esse dinheiro, presidente???

terça-feira, 3 de junho de 2014

(Informativo: comentarios liberados)

Para aqueles que tentavam, sem sucesso, comentar em nosso blog, informamos que já consertamos os problemas no sistema de comentários.

Portanto, comentem a vontade, botafoguenses! 

Este espaço também é de vocês, que têm em comum conosco a paixão por essa linda e gloriosa estrela.

domingo, 1 de junho de 2014

Descanse em paz, Marinho!

Hoje o Botafogo perdeu mais um grande ídolo.

Pouco mais de seis meses após o falecimento do maior ídolo da nossa história e o melhor lateral esquerdo de todos os tempos, nosso lendário "Enciclopédia", foi a vez de vestirmos novamente o luto em nome de mais um dos melhores laterais esquerdos que o mundo já viu jogar.

Marinho Chagas morreu nesta madrugada, aos 62 anos.

Com seus cabelos esvoaçantes e seu jeito polêmico, Marinho chegou ao Botafogo em 1972 após passagens marcantes pelo Riachuelo e pelo ABC-Natal, tendo se destacado desde os 17 anos devido ao seu estilo de jogo inovador.

Sabemos que uma pessoa sozinha não faz uma revolução. Nilton Santos, ao avançar ao ataque e marcar um gol lendário pela seleção brasileira, mudou a concepção que se tinha de um lateral, cuja função era basicamente defender. Marinho Chagas completou a revolução iniciada pelo nosso maior ídolo e, sem se importar com os apelidos de "Avenida Marinho Chagas" que recebeu durante a Copa do Mundo de 1974, mostrou ao mundo que um lateral era muito mais do que estava escrito na regra.

Ele nos mostrou que não havia regras.

Em seu primeiro jogo contra seu grande ídolo, Pelé, foi irreverente e ousado ao lançar um chapéu no camisa 10 do Santos, o que lhe rendeu olhares de todo o Brasil e a passagem para o Botafogo, onde fez história durante os anos 1970.

Obrigada, Marinho Chagas! Estamos de luto por você.

sábado, 24 de maio de 2014

Torcida começa a se manifestar


Esse nobre e pioneiro torcedor alvinegro fincou a bandeira que toda a torcida deve carregar. 

De uma maneira pacifica mostrou a nossa indignação com a situação atual do clube. 

E o que nós estamos esperando? 

A liquidação judicial ou a queda para a Serie B? 

Vou confirmar minha ida ao Rio nas próximas horas e me juntar a ele. 

E espero que você também faça o mesmo, se puder. 

Concordo com o email que acabei de receber do nosso clube entitulado "O Botafogo precisa de você", solicitando a adesão ao plano de socio-torcedor. 

O clube precisa mesmo de você, de mim e de todos os outros torcedores. 

Vamos continuar a luta desse nosso bravo companheiro e permanecer de vigília ate estarmos livres dessa praga que se infiltrou no nosso amado clube. 

Todos ao protesto na frente da sede em General Severiano. 

A qualquer hora e dia. 

Queremos o nosso Botafogo de volta!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Mais uma derrota esperada

Nao teve jeito.

Mesmo saindo na frente e dando a impressão de que dessa vez poderia haver um final feliz, novamente sucumbimos no final.

Triste sina essa.

Do outrora Glorioso Botafogo, de tantas conquistas e jogos celebres, o que restou foi isso que estamos vivendo.

Seguidas administrações negligentes aliadas a uma politica de contratações de refugios dos outros clubes culminou com esse grupo.

Ou alguém vai dizer que Emersosn, Ferreyra, Carlos Alberto, Aírton nao sao jogadores descartados pelos seus últimos clubes.

Nao quero falar na pessoa que esta no comando ha 2 mandatos mas nao ha como ignorar o mal que ele fez ao clube.

Sao vários atos de incompetência e amadorismo para nao dizer coisa pior.

Nao sei se ha uma corrente dentro do Botafogo em quem podemos confiar.

Os nomes que tem sido cogitados causam calafrios pelo menos em mim.

Acho que so um milagre pode nos salvar da Serie B.

Mas nao podemos ser passivos, temos que protestar na frente do clube mesmo sabendo que no momento a sede "pertence" a FIFA, e, por isso mesmo, acho que uma manifestação pacifica seria uma maneira de nos, torcedores, mostrarmos toda essa insatisfação.

O Botafogo nao merece isso!

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Fora, diretoria amadora!

Lodeiro está de saída. 

A notícia não é ruim, visto que ele não vem jogando nada há muito tempo. Teve uma ótima fase no Botafogo logo no início e jogou muito até metade do ano passado, mas depois simplesmente desaprendeu a jogar futebol. 
Uma incógnita a meu ver, já que é difícil acreditar que o Lodeiro que corria, dava assistência, tinha visão de jogo e fazia gols seja o mesmo jogador que vemos atuar hoje.

A verdade é que isso acontece com muitos jogadores, principalmente quando são jovens, e não sabemos se Lodeiro é um meia regular que jogou mais do que era capaz ou se é, de fato, uma "promessa" que vem hoje atravessando uma má fase.

Mas a questão não é essa. Não sou contra a sua venda, de forma alguma.

Sou contra ele ter sido vendido hoje por 4,5 milhões de reais, meses depois de ter recebido uma proposta de 30 milhões do CSKA. 
Sou contra sua venda antes da Copa do Mundo, uma vez que ele foi convocado para a seleção uruguaia e será alvo dos olhares do mundo todo. Se não fizer feio em sua seleção, muito provavelmente valerá uma fortuna quando a Copa acabar. No futebol, currículo também conta, e ter participado de mais uma Copa do Mundo com certeza eleva o valor de um jogador, mesmo que ele não seja um dos melhores da sua equipe.

Mais uma vez, isso mostra a falta de competência, planejamento e inteligência da diretoria.

Ou mostra que existe algo por trás dos panos que ainda não conseguimos decifrar. Afinal, não é possível que uma diretoria seja tão amadora a ponto de vender tão barato um jogador que já recebeu e receberá inúmeras propostas de alto valor.

domingo, 18 de maio de 2014

Recordar é viver - a Taça Brasil de 1968

Hoje meu objetivo é lembrar aos que já eram nascidos e contar aos que ainda nem sonhavam em vir ao mundo a nossa Gloriosa conquista da Taça Brasil de 1968.

Tendo Zagallo como técnico, os heróis da conquista foram: Cao, Ubirajara, Botinha, Chiquinho Pastor, Dimas, Leônidas, Moisés, Moreira, Paulistinha, Waltencir, Zé Carlos, Afonsinho, Carlos Roberto, Gerson, Nei Conceição, Ferreti, Humberto, Iroldo, Jairzinho, Lula, Paulo Cézar Caju, Roberto Miranda, Rogério, Torino e Zequinha.

O artilheiro Ferreti jogou o torneio inteiro no lugar de Jairzinho, que estava machucado, e fez sete gols nos sete jogos que disputou.

A Taça Brasil tinha, resumidamente, uma fórmula bastante simples: os campeões dos estados se enfrentariam e o vencedor seria o campeão brasileiro.

A primeira crítica que surgiu a esse modelo de campeonato foi em relação ao grande abismo técnico que separava os times do eixo Rio-São Paulo dos times do Nordeste, por exemplo. Questionava-se, nesse ponto, o fato de todas as regiões terem o mesmo número de participantes.
No entanto, para surpresa de todos, o "tecnicamente limitado" Bahia consagrou-se vencedor da primeira Taça Brasil, queimando as línguas dos que defenderam a tese do "abismo".

A partir dessa surpresa, surgiu uma nova crítica, sustentada pelo argumento de que a disputa eliminatória dava mais chances de conquista da taça aos times "tecnicamente limitados", uma vez que o melhor time do Brasil poderia ter um dia de má sorte e ser eliminado.
No entanto, a fórmula eliminatória foi utilizada no Campeonato Brasileiro até 2002 e ninguém questionou a validade dos títulos conquistados até esse ano.

Assim, qual seria a real diferença entre a Taça Brasil e o Campeonato Brasileiro? Nenhuma!
Ainda bem que a CBF percebeu isso e resolveu, mesmo que tardiamente, unificar os títulos.

Após vencermos o campeonato estadual, entramos direto nas quartas de final e nosso primeiro adversário foi o Metropol de Santa Catarina.
O primeiro jogo foi no Maracanã e terminou com uma goleada a nosso favor por 6x1. O segundo jogo foi no Heriberto Hulse e ficou conhecido como "batalha de Criciúma". Os anfitriões conseguiram vencer por 1x0 e depois disso partiram para a catimba e a violência. A partida de desempate foi disputada em General Severiano e terminou em 1x1, classificando o Botafogo para a semifinal.

O segundo adversário foi o Cruzeiro.
Vencemos o primeiro jogo por 1x0 no Mineirão. Na segunda partida, no Maracanã, o Cruzeiro saiu na frente com um gol de mão, mas o Botafogo conseguiu o empate aos 32 do segundo tempo e se classificou para a grande final.

O Botafogo foi encarar o Fortaleza no Presidente Vargas.
Pensando que o pior já tinha passado, nosso time entrou de salto alto e saiu de campo no primeiro tempo perdendo por 2x0, mas a bronca que os jogadores levaram de Zagallo no intervalo foi mais do que suficiente para uma total mudança de postura, que garantiu o empate por 2x2.
Mas no Maracanã foi fácil: vencemos por 4x0 e fomos campeões da Taça Brasil de 1968!

No entanto, nosso direito de disputar a Libertadores de 1969 teve de ser deixado de lado devido ao atraso dos jogos da Taça Brasil de 1968, que terminou apenas em outubro de 1969 (portanto, foram 20 anos até o gol do Maurício, e não 21!). Essa é uma dívida que nunca foi paga ao Botafogo.

Se você acha que a Taça Brasil não tem validade devido ao pouco número de jogos, pense nas Copas do Mundo. Se o Brasil foi campeão em 2002 disputando 7 jogos, isso significa que o Uruguai de 1930, que disputou apenas 5 jogos, não é campeão do mundo?
Se a disputa por eliminatórias parece fácil, por que almejamos tanto a Libertadores, competição que envolve mata-mata e poucos jogos?

A "era de ouro" alvinegra ocorreu na década de 1960. Queiram admitir ou não, o Botafogo tinha um timaço.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Volta à Realidade

Não esta sendo fácil ser botafoguense ultimamente.

Depois de termos lavado a alma com a goleada e a boa atuação da equipe contra o limitado time do Criciúma no ultimo sábado, eis que voltamos a ver aquele bando de jogadores entregarem um jogo que poderia colocar a equipe no G4 depois desse começo de ano terrível.

Tínhamos a torcida a nosso favor, a proximidade da nossa casa e um adversário de médio porte, tudo que queríamos para confirmarmos nossa recuperação.

Mas o que conseguimos?

Simplesmente o que tem sido uma rotina nos últimos anos, ou últimas décadas, para sermos mais exatos.

Botafogamos!

Odeio conjugar esse verbo mas não tenho como ignorá-lo.

Esse tipo de frustração tem insistido em nos rodear.

Não estou aqui para enumerar quantas vezes isso aconteceu ultimamente.

Entra ano e sai ano e nada vem.

Não faz diferença se o time é bom ou ruim, a decepção tem sido o resultado final da esperança que todo torcedor alvinegro carrega consigo.

O problema é saber se essa esperança é infinita e eu espero que seja porque caso contrário estaremos vivendo os últimos resquícios de uma legião de torcedores apaixonados.

Porque se, ao se chegar na linha que divide a paixão e o masoquismo for possível a cada um escolher o caminho alternativo da libertação, não tenho dúvidas de que seremos apenas uma referência no futuro. 

O que eu quero dizer com isso?

Fica a critério de cada um.  

terça-feira, 13 de maio de 2014

Nossa estrela voltou a brilhar

Não é apenas pela goleada no fim de semana ou pela convocação de Jefferson para a Copa do Mundo, nem mesmo pelo fato de continuarmos sendo o time que mais cedeu jogadores à seleção brasileira.

Temos muitos motivos para comemorar e muitos outros para nos preocupar.

Eu, que duvidei de Emerson Sheik quando chegou ao Botafogo, mudei completamente de opinião e hoje acredito que ele será muito útil ao time. Neste início de campeonato, a artilharia parece ser um forte indício de que seu espírito de goleador resolveu permanecer aqui conosco, ao invés de sucumbir aos seus 35 anos de idade. 
Novamente, coisas que só acontecem com o Botafogo.

É tendo fé nessa frase que apoio totalmente a troca de Lodeiro por Vitinho com o CSKA, se ela ocorrer realmente. Podem dizer que o garoto está no banco desde que chegou lá, mas Vitinho parece ser um desses jogadores místicos que, apesar de jogarem um futebol mais ou menos, vêem sua estrela brilhar aqui no Botafogo. 
Mesmo que não jogue nada se voltar, temos a garantia de que ele sabe chutar muito bem. E ninguém simplesmente desaprende a chutar a bola em um curto período de um ano.
A maior parte dos nossos jogadores não sabe chutar a gol; esse parece ser o diferencial que veio junto com Sheik e que podemos encontrar novamente em Vitinho.
Mas, ainda que eu esteja completamente errada e o garoto tenha desaprendido completamente a jogar futebol, teremos feito uma troca justa, já que Lodeiro também parece ter desaprendido.

A outra notícia boa não é um rumor, mas uma agradável certeza: Renato está de saída!
Vamos agradecer aos céus por nos livrar desse encosto que, apesar de ter sido banco nos últimos tempos, ganhava 380 mil por mês. 
Eu nunca me conformei com isso. O cara jogava de terno e saía limpinho de campo, esse já vai tarde.

O pagamento dos salários atrasados obviamente deu mais motivação ao time. A consequência direta foi o 6 a 0 contra o Criciúma. 
Devemos ficar animados porque provavelmente será a maior goleada de todo o Campeonato Brasileiro 2014, mas temos que ter em mente que o Criciúma é um time bastante limitado. A começar pelo goleiro que, diga-se de passagem, não defende uma bola. Não que os seis gols tenham sido seis frangos, mas Jefferson pegaria quase todos!

Devemos nos animar também porque não somos tão limitados quanto pensávamos. Temos um time que parece estar em evolução, com o líder Sheik e o garoto Daniel mostrando que General Severiano ainda cria bons jogadores.

É aí que entra a notícia ruim e nosso motivo de preocupação: Dória provavelmente está de saída. 
O clube deveria fazer de tudo para segurar um jogador tão jovem e talentoso, que mostra potencial para evoluir cada vez mais. 

Depois desse 6 a 0 divisor de águas, só as próximas rodadas definirão se nosso time está mais entrosado, se Sheik será mesmo nosso artilheiro, se Carlos Alberto jogará bom futebol, se nossa estrela voltou, de fato, a brilhar.