domingo, 18 de maio de 2014

Recordar é viver - a Taça Brasil de 1968

Hoje meu objetivo é lembrar aos que já eram nascidos e contar aos que ainda nem sonhavam em vir ao mundo a nossa Gloriosa conquista da Taça Brasil de 1968.

Tendo Zagallo como técnico, os heróis da conquista foram: Cao, Ubirajara, Botinha, Chiquinho Pastor, Dimas, Leônidas, Moisés, Moreira, Paulistinha, Waltencir, Zé Carlos, Afonsinho, Carlos Roberto, Gerson, Nei Conceição, Ferreti, Humberto, Iroldo, Jairzinho, Lula, Paulo Cézar Caju, Roberto Miranda, Rogério, Torino e Zequinha.

O artilheiro Ferreti jogou o torneio inteiro no lugar de Jairzinho, que estava machucado, e fez sete gols nos sete jogos que disputou.

A Taça Brasil tinha, resumidamente, uma fórmula bastante simples: os campeões dos estados se enfrentariam e o vencedor seria o campeão brasileiro.

A primeira crítica que surgiu a esse modelo de campeonato foi em relação ao grande abismo técnico que separava os times do eixo Rio-São Paulo dos times do Nordeste, por exemplo. Questionava-se, nesse ponto, o fato de todas as regiões terem o mesmo número de participantes.
No entanto, para surpresa de todos, o "tecnicamente limitado" Bahia consagrou-se vencedor da primeira Taça Brasil, queimando as línguas dos que defenderam a tese do "abismo".

A partir dessa surpresa, surgiu uma nova crítica, sustentada pelo argumento de que a disputa eliminatória dava mais chances de conquista da taça aos times "tecnicamente limitados", uma vez que o melhor time do Brasil poderia ter um dia de má sorte e ser eliminado.
No entanto, a fórmula eliminatória foi utilizada no Campeonato Brasileiro até 2002 e ninguém questionou a validade dos títulos conquistados até esse ano.

Assim, qual seria a real diferença entre a Taça Brasil e o Campeonato Brasileiro? Nenhuma!
Ainda bem que a CBF percebeu isso e resolveu, mesmo que tardiamente, unificar os títulos.

Após vencermos o campeonato estadual, entramos direto nas quartas de final e nosso primeiro adversário foi o Metropol de Santa Catarina.
O primeiro jogo foi no Maracanã e terminou com uma goleada a nosso favor por 6x1. O segundo jogo foi no Heriberto Hulse e ficou conhecido como "batalha de Criciúma". Os anfitriões conseguiram vencer por 1x0 e depois disso partiram para a catimba e a violência. A partida de desempate foi disputada em General Severiano e terminou em 1x1, classificando o Botafogo para a semifinal.

O segundo adversário foi o Cruzeiro.
Vencemos o primeiro jogo por 1x0 no Mineirão. Na segunda partida, no Maracanã, o Cruzeiro saiu na frente com um gol de mão, mas o Botafogo conseguiu o empate aos 32 do segundo tempo e se classificou para a grande final.

O Botafogo foi encarar o Fortaleza no Presidente Vargas.
Pensando que o pior já tinha passado, nosso time entrou de salto alto e saiu de campo no primeiro tempo perdendo por 2x0, mas a bronca que os jogadores levaram de Zagallo no intervalo foi mais do que suficiente para uma total mudança de postura, que garantiu o empate por 2x2.
Mas no Maracanã foi fácil: vencemos por 4x0 e fomos campeões da Taça Brasil de 1968!

No entanto, nosso direito de disputar a Libertadores de 1969 teve de ser deixado de lado devido ao atraso dos jogos da Taça Brasil de 1968, que terminou apenas em outubro de 1969 (portanto, foram 20 anos até o gol do Maurício, e não 21!). Essa é uma dívida que nunca foi paga ao Botafogo.

Se você acha que a Taça Brasil não tem validade devido ao pouco número de jogos, pense nas Copas do Mundo. Se o Brasil foi campeão em 2002 disputando 7 jogos, isso significa que o Uruguai de 1930, que disputou apenas 5 jogos, não é campeão do mundo?
Se a disputa por eliminatórias parece fácil, por que almejamos tanto a Libertadores, competição que envolve mata-mata e poucos jogos?

A "era de ouro" alvinegra ocorreu na década de 1960. Queiram admitir ou não, o Botafogo tinha um timaço.

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