sábado, 18 de novembro de 2017

Tudo tem um limite

Três derrotas seguidas em casa, todas para times que estão abaixo na tabela de classificação, uma delas para o lanterna e virtual rebaixado, queda vertiginosa de rendimento de varios jogadores, vaga na Libertadores, que estava praticamente assegurada, incerta, e o clima da eleição a ser realizada no proximo sábado, onde farpas continuam sendo lancadas entre os candidatos, formaram um composto de teor altamente explosivo mesmo depois de um ano em que o clube, embora não tenha ganhado absolutamente nada, teve desempenho mais que satisfatório nas competicoes que disputou, trazendo a torcida de volta aos estádios e aumentando estratosfericamente o número de socios-torcedores.

Nota-se o sentimento de frustração que tomou conta do torcedor alvinegro depois da expectativa de conseguir um título de expressão depois de 22 anos, e todos os planos e sonhos que tínhamos desde que, heroicamente, fomos eliminando campeão apos campeão na Libertadores parece que se desintegraram como um asteróide que invade nossa atmosfera.

Mas mesmo com todo esse panorama de tragedia grega nao podemos admitir que um grupo de torcedores faça o que fizeram hoje no Estadio Nilton Santos.

Porque torcedor de verdade, que sofre, chora e se desespera nas derrotas, esse torcedor, depois de derramar as últimas lagrimas, volta a apoiar o clube e torcer tanto ou mais do que torcia antes.

Porque torcedor de verdade nao destrói o patrimonio do clube, nao invade estádio nem chuta o carro de nenhum jogador, mesmo daqueles que tenham feito gestos enigmáticos ou ofensivos a torcida.

Isso se chama civilidade.

O bando que invadiu o nosso estádio hoje infelizmente faz parte de uma população que perdeu a noção de civilidade,  e tudo tem relação com o momento por que passa o Brasil, onde as leis são desrespeitadas por aqueles que mais deveriam preserva-las.

Num país onde a própria Constituição é rasgada para que se consolide a tomada do poder, não se pode esperar comportamento diferente do seu próprio povo.

Nós, os verdadeiros torcedores, cantamos assim:

VAMOS, VAMOS, VAMOS BOTAFOGO
CLUBE QUE E MAIS TRADICIONAL
QUERO TE VER CAMPEAO DE NOVO
VOU TE APOIAR ATE O FINAL

Saudações Alvinegras!




domingo, 24 de setembro de 2017

Algumas imagens dessa Libertadores

Pra gente não esquecer nunca! 

Viver um sonho, cantar, gritar, sujar o cabelo de cerveja, sentir o coração apertar até não aguentar mais, rezar mesmo quando não se acredita em nada, chorar de alegria e desejar ter nascido mil vezes novamente, só para poder amar o Botafogo em mil vidas diferentes! 

Esse sentimento ninguém entende.


















quinta-feira, 21 de setembro de 2017

O sonho (não) acabou

Estamos eliminados da Libertadores.

Para muitos - como eu, que acreditei que este ano levaríamos um título de peso -, essa verdade, agora imutável, pode doer incansavelmente no lugar mais profundo da alma.

E vai continuar doendo por um tempo.

Ninguém gosta de perder. Muito menos quando se pode olhar para trás e ter certeza de que não se fez menos do que uma campanha brilhante, principalmente quando se leva em conta as restrições orçamentárias do nosso clube desde a saída do pior presidente da história.

Mas, desde que Omissão se foi, muita coisa mudou para melhor.

A confiança, que se encontrava perdida entre repetidas tragédias na Copa do Brasil e episódios dignos de um legítimo cavalo paraguaio no Brasileiro, retornou com tudo desde que um time limitado, porém muito raçudo, conquistou uma vaga na Libertadores 2017 a despeito de todas as previsões que o apontavam como favorito ao rebaixamento.

Triplicamos o número de sócios torcedores e chegamos à marca de 34 mil, em um período de intensa e apaixonada sinergia entre clube e torcida que há muito tempo não se via.

Com muito menos dinheiro do que os outros brasileiros que conquistaram uma vaga na Libertadores, mas com um treinador que soube valorizar o coletivo e transformar um elenco sem estrelas num time de heróis, o Botafogo fez muito mais em 2017 do que qualquer um poderia imaginar.

Semifinais da Copa do Brasil e quartas de final da Libertadores não valem o título, é verdade. Porém, valem a certeza de que saímos das cinzas e estamos no caminho certo para um futuro glorioso.

Principalmente porque saímos dessa Libertadores jogando um futebol mais cativante do que o time que se classificou para a semifinal. Enquanto todos nos apontavam como presa fácil para o Grêmio na Arena, o suor dos nossos jogadores por muito pouco, muito pouco mesmo, não nos trouxe a classificação. Contra um Grêmio muito inferior àquele endeusado pela mídia, fizemos o nosso melhor jogo da competição e calamos 40 mil pessoas vestidas de azul e preto.

Infelizmente, o futebol é um esporte no qual nem sempre vence o melhor. Talvez isso o torne tão fantástico e, certas vezes, tão doloroso.

Caímos, mas com a certeza de que jogamos muito e fizemos tudo o que estava a nosso alcance. O sonho não acabou, apenas foi adiado para o ano que vem.

Parabéns a todos os heróis e ao comandante Jair Ventura que, com muita raça, nos trouxeram até aqui. Tenho muito orgulho deste Botafogo, o melhor que vi jogar em muito tempo.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

21 anos depois


Se o número 21 assumiu, desde o gol de Mauricio em 1989, uma designação cabalística por parte dos alvinegros supersticiosos - nos quais eu me incluo-, aquela não seria a última vez em que o Botafogo e o 21 se encontrariam na história.

Isso porque, coincidentemente - ou não - 21 anos depois da última vez em que o Glorioso se classificou às oitavas de final da Taça Libertadores - em 1996, após a conquista do Campeonato Brasileiro no ano anterior -, ele conquistou novamente esse feito na quinta-feira passada.

Um time que a imprensa futebolística altamente tendenciosa acreditava que estaria na série B em 2017.

Que, quando arrancou no campeonato brasileiro do ano passado, disseram que nadaria e morreria na praia. E, após a heroica classificação para a Libertadores, julgavam eliminado pelo Colo-Colo ou, se tivesse muita sorte, pelo Olimpia.

Pois, caso o Botafogo se classificasse para a fase de grupos - algo em que não acreditavam nem para os menos parciais da flapress -, ele não passaria dali. Estava decretado. Não havia chances de o alvinegro chegar às oitavas, pois ele não seria capaz de eliminar 4 campeões de Libertadores.

E hoje eu estou rindo.

Rindo MUITO!

Porque o Botafogo provou pra todo mundo que não precisa provar nada pra ninguém. Nós nos reerguemos das cinzas da série B para a glória à qual remete nosso apelido - e que inspirou nosso belo mosaico da classificação.

E que venham as oitavas! 

Em tempo: não é hora de criticar o elenco. É certo que temos limitações, mas esse time já demonstrou que as supera com raça e amor à camisa. Jogadores de nível excepcional qualquer clube endinheirado pode comprar, mas a nossa raça é difícil de se ver. Não duvidem que ela pode nos conduzir ao título.

domingo, 23 de abril de 2017

O adeus ao Carioca e a saga dos nossos titulares

Hoje pela manhã, quando soube que Jair entraria em campo com todos os titulares, pensei que isso era um grande erro.

E acho que estava certa. 

Independentemente do resultado, o que pesava era a maratona de jogos decisivos que temos pela frente.

Na quarta-feira, pegamos o Sport, em casa, pelo primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. Na outra terça-feira, o jogo mais importante da temporada, que pode garantir nossa classificação às oitavas da Libertadores, contra o Barcelona-EQU. 

Isso depois de termos encarado, há menos de três dias, o próprio Barcelona no Equador, em uma viagem extremamente desgastante de dez horas com conexão na Colômbia. Foram, na verdade, duas viagens seguidas, uma vez que, uma semana antes, nossos titulares passaram muitos dias em Medellin antes da vitória heroica contra o Atlético Nacional. 

Tendo chegado ao Rio ontem pela manhã, estava claro que nosso time titular não se encontrava em condições físicas ideais para disputar uma semifinal de Carioca contra os mulas. Além de riscos de lesões - em que pese o fato de estarmos sempre "bichados"-, não parecia correto desviar o foco de duas competições tão importantes como a Libertadores e a Copa do Brasil. 

Por que Jair não colocou hoje os reservas, que por diversas vezes não nos decepcionaram? Muito menos desgastados, tenho certeza de que dariam o melhor de si. 

Verdade seja dita: nossos titulares também tiveram raça e lutaram até o fim, mas era nítido seu cansaço físico. Ainda assim, estão de parabéns. 

E que venham as oitavas - da Copa do Brasil e da Libertadores!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Sonho ou realidade: Botafogo mantém ascensão e mais uma vez cala os críticos

Não caros botafoguenses, não é mais um sonho, estamos na fase de grupos da Libertadores.

O que significa mais do que ter ficado em quinto lugar no Brasileirão passado porque tivemos que derrubar 2 gigantes em 2 semanas no começo da temporada.


E como não poderia ser diferente com doses de sofrimento, tensão e fé mas também com muita competência, dedicação e confiança, sem as quais o objetivo tornar-se-ia talvez inatingível.

E, com isso, mais uma vez faz-se a pergunta: porque que tem que ser assim?

Porque é nossa sina, somos heróis a cada jogo, não tem sentido o Botafogo existir sem isso.

"Porque (assim) é mais gostoso"

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O último desafio dos primeiros

Hoje temos uma pedreira pela frente: o Olimpia, do Paraguai, no estádio Defensores del Chaco com mais de 30 mil ingressos vendidos.

A parte boa é que o 1x0 de ida nos garante a vantagem do empate ou da vitória com gols. Se fizermos um, eles terão que fazer três.
A parte ruim é que Montillo não vai jogar, nosso departamento físico tem se revelado uma verdadeira piada - por mais que se repita que a culpa é da sequencia de jogos, sabemos da verdade - e provavelmente entraremos em campo com apenas um atacante.

O Botafogo tem duas deficiências sérias no ataque. Faltam:
- Um jogador de velocidade, como Neilton (quem diria que ele faria falta!) ou Vitinho (será que um dia ele volta?)
- Um centroavante sério a la Loco Abreu em seus tempos áureos, que saiba se posicionar na área e subir mais alto que os zagueiros adversários

No meio campo, a maior deficiência é a ausência de um meia armador de grande qualidade, uma vez que Montillo - aposta da diretoria para grande craque da temporada - não mostrou ainda a que veio e Camilo tem demonstrado cada vez mais que é apenas um jogador mediano que teve uma boa fase.

Se não temos grandes armadores de jogada, a conexão do meio campo com o ataque se encontra seriamente comprometida. 
No segundo jogo contra o Colo Colo, é verdade que dominamos o jogo; no entanto, esse domínio foi muito mais decorrente da inexpressividade deles em seu próprio estádio do que de jogadas do nosso time. Tivemos lances de gol, mas quem viu o jogo deve ter percebido que o Botafogo com três volantes e um atacante não funciona.

Simples: Apostar na retranca sem um jogador de velocidade, um matador na frente ou alguém capaz de fazer lançamentos geniais significa simplesmente que não seremos capazes de armar contra-ataques. Assim, o principal objetivo da retranca (defender-se bem e aproveitar-se da exposição alheia com jogadas rápidas) se vê seriamente comprometido.

É uma contradição em seus próprios termos.

Já na metade do segundo tempo no Chile, quando Jair apostou em três atacantes, ao menos ficamos mais ofensivos e mais eficientes. Num eventual contra-ataque, a bola chegava em alguém ao invés de se perder no meio do caminho. 

Se eu fosse treinadora do Botafogo, entraria hoje com três atacantes e faria logo um gol, para apenas depois optar por uma eventual "retranca". Afinal, não dá pra contar que Camilo acertará um lançamento e, simultaneamente, Pimpão se posicionará de forma correta e acertará o gol, tendo em vista que ambos ocorrem com uma frequência não mais do que moderada.

Não se trata de não acreditar no time. Não é necessário ter o melhor time das Américas para vencer a Libertadores. É necessário ter inteligência para perceber nossos pontos fracos e fortes.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Descanse em paz, Diego

Era para ser um post sobre a Libertadores, mas vai ficar para outro dia.

O que aconteceu ontem no nosso estádio não pode se repetir. 


O botafoguense Diego Silva dos Santos, de 28 anos, foi mais uma vítima da violência no futebol. Marginais da torcida do flamengo, aproveitando-se da falta de policiamento para o clássico, chegaram com o intuito de matar. Não são torcedores, mas vândalos, estrupícios, seres que não merecem estar entre nós e que jamais compreenderão o que é espírito esportivo.


O pior é saber que Diego não foi o primeiro e nem será o último, pois os mais terríveis monstros habitam as torcidas organizadas do Brasil.


Como se não bastasse, no total foram 8 torcedores feridos e diversas cadeiras vandalizadas no setor sul.


O Botafogo bem quis cancelar o jogo por falta de policiamento, mas o presidente do rival afirmou que tudo não passava de um falso alarde e que tudo ocorreria bem. Enquanto isso, tiros eram ouvidos no entorno do estádio Nilton Santos e os marginais invadiam a entrada dos setores alvinegros com um único objetivo: matar, ferir, agredir. 


Depois da vitória, o time do Mal ainda teve coragem de publicar uma zoação ao Botafogo em seu site oficial, ignorando completamente todo o ocorrido, o torcedor que perdeu a vida e outros que estão hospitalizados. Custava publicar uma nota de pesar e deixar a zoação para depois?


Se todos odeiam eles, não é porque têm "a maior torcida", como dizem, mas porque são todos marginais em maior ou menor grau, incapazes de se sensibilizar com a tragédia alheia. Tal como torcidas organizadas que chegam para matar, a diretoria do clube do urubu parece não apenas passar a mão na sua cabeça, mas também colocar uma vitória no futebol acima da vida e da morte.