domingo, 30 de março de 2014

A elitização do futebol

O que vim escrever aqui hoje é minha indignação com algo que não se trata especificamente do Botafogo, mas dos clubes carioca, de uma forma geral.

Sou do tempo em que existia a geral e, por diversas vezes, paguei apenas 10 reais (meia entrada) para entrar no antigo Maracanã e assistir ao jogo de um lugar que, hoje, não custaria menos do que 80. Lembro ainda que, em ocasiões especiais, estava disposta a pagar 25 reais (50 reais a inteira) para ter a melhor visão possível do campo, na antiga arquibancada branca.

Hoje, não se paga menos do que 30 reais (60 reais a inteira) para assistir à partida atrás dos gols, com uma péssima visão do jogo. Para quem não gosta de ficar atrás dos gols, o ingresso custará, em média, 100 reais. Aqueles que desejam ficar perto do banco de reservas, por sua vez, pagarão 180.

Sem contar o custo de transporte, é claro. E não falo do sujeito que mora em Copacabana, já que esse provavelmente pode pagar 60 reais por jogo e mais duas passagens de metrô.

Falo do trabalhador pobre que mora na baixada, sustenta a sua família com muito suor e é apaixonado por seu time do coração. Ou mesmo daquele que nem mora tão longe assim, mas ganha pouco mais do que o suficiente para pagar seu aluguel.

Aqueles torcedores de verdade, que gostariam de poder ir aos jogos todos os domingos. Mas que, para levarem seu filho, não gastarão menos do que 100 reais por partida (60 uma inteira + 30 uma meia + transporte).

Esse torcedor, infelizmente, está excluído do Maracanã. Apesar de ter sempre apoiado seu time nos bons e nos maus momentos e lembrar-se de tantos e tantos jogos em que esteve no Maracanã, hoje ele é obrigado a acompanhar seu time no botequim de sua rua. Até o sofá de casa se aposentou, uma vez que ele não tem dinheiro para pagar o PFC. O clássico de domingo resumiu-se à televisão de um bar.

É por isso que vemos públicos de 300 pessoas e arquibancadas vazias mesmo em jogos decisivos. O verdadeiro torcedor está juntando seu dinheiro para a Libertadores e não tem condições de gastar tanto para assistir a um jogo contra o Bangu.

O futebol, uma paixão do povo brasileiro, vem se tornando um esporte de elite. As partidas deixaram de ser a diversão do domingo e passaram a ser um espetáculo à altura de uma peça de teatro. E, assim como as peças de teatro não atraem 70 mil pessoas, o novo Maracanã só ficará lotado em finais de campeonatos importantes.

Todos os dias eu me pergunto: o que estão fazendo com o nosso Maracanã?

Para piorar, os clubes cariocas têm planos de sócio torcedor ridículos. O Botafogo, que ainda tem um dos melhores dentre os quatro grandes, deixa a desejar em muitos aspectos. Na verdade, o único clube que soube fazer um bom programa para o sócio torcedor foi o Corinthians. Que sirva de exemplo para os outros...

Enquanto isso, os estádios estão lotados nos entediantes jogos do campeonato espanhol. E não venham me dizer que os espanhóis são mais apaixonados por futebol do que os brasileiros. O Brasil é o verdadeiro país do futebol. Chega dessa mania de tentar implementar aqui o modelo europeu, com estádios de primeiro mundo e ingressos caríssimos. 
O brasileiro vive e respira futebol. Pensando assim, vemos que o que está sendo tirado dele não é apenas a diversão de domingo, mas seu sagrado direito de viver e respirar - ou de amar verdadeiramente o seu clube.

terça-feira, 25 de março de 2014

O comentario que virou post

Ja havia um bom tempo que eu estava para postar falando do desdém que a imprensa em geral trata o Botafogo especificamente nessa Libertadores.

Muito embora os "queridinhos" da mídia, ao contrario do Botafogo, estejam em situações muito delicadas nas competições em que participam, eles sempre acham uma desculpa para justificarem o iminente fracasso do Flamengo, Cruzeiro, Fluminense e Corinthians enquanto afirmam que o Botafogo so faz boa campanha por estar num grupo muito fácil, como se Emelec, Bolivar, Real Garcilaso, Defensor e Horizonte fossem infinitamente superiores a Independiente Del Valle, Union Espanola e San Lorenzo.

Por isso fiz um comentario no post anterior da Lohana e que achamos por bem transforma-lo num post que pode ser lido logo abaixo.

A flapress esta secando o Botafogo mas esquece que seu clube queridinho esta numa situação muito delicada. 

Ja a flumídia ainda esta procurando entender o que existe alem do Horizonte. 

No lado da molambada paulista a ordem e enaltecer o estadio que foi dado ao clube pelo ex-presidente molusco. 

Enquanto isso o nosso Fogão vai comendo pelas pontas e quem sabe nao fatura essa Libertadores para calar de vez essa imprensa marrom. 

Saudações alvinegras a todos.

segunda-feira, 24 de março de 2014

A mídia que se exploda

O que tem saído ultimamente na imprensa esportiva quase sempre tende a reduzir o Botafogo a um time fraquíssimo e totalmente sem chances de ganhar a Libertadores 2014.

Que o time é fraco, eu concordo. 

Mas a verdade é que essa Libertadores, como um todo, é uma das mais fracas dos últimos tempos.

Apesar disso, os dois campeões nacionais de 2013, Cruzeiro e Flamengo, estão em uma situação bastante preocupante, correndo grande risco de não se classificarem para as oitavas.

O engraçado é que não vejo nenhum comentarista falando mal do Cruzeiro. Ele continua sendo um dos favoritos, enquanto o Botafogo "não irá muito longe nessa Libertadores". Em relação aos molambos, a Globo até que tentou, mas não pôde mais promover esse time ridículo depois da última derrota.

O Botafogo parece esquecido por todos, como um mero coadjuvante na competição. 

Chegaram a dizer que só somos líderes porque nosso grupo é fraco. Concordo, mas existe algum grupo forte, por acaso???

Precisamos vencer o próximo jogo e garantir a classificação com uma rodada de antecedência para calar a boca dessa mídia nojenta. E tem mais: com a molambada eliminada, a Globo se verá obrigada a transmitir os nossos jogos!

quinta-feira, 13 de março de 2014

É hora de rezar

No último post, afirmei que seria preocupante se encontrássemos no Equador qualquer problema além da altitude.

Pois bem, encontramos muitos.


E não falo das péssimas condições do gramado ou da chuva forte que o transformou em um pântano.


É, no mínimo, gravíssimo que os jogadores se deixem dominar completamente por um time que, até pouco tempo atrás, nunca havia disputado a série A do campeonato equatoriano. Foi isso que aconteceu no primeiro tempo. 

Qual era o sentido disso? Jogar no contra ataque? Pois a verdade é que esse time lerdo e sem objetividade tem pouquíssimas chances de matar o jogo em um contra ataque.

E não é só isso. Não vim aqui falar mal, uma vez que apoiarei o Botafogo até o fim, mas temos que saber nossas limitações. O time é fraco. Húngaro, por sua vez, não passa absolutamente nenhuma segurança para a equipe. Talvez nesse fato esteja a explicação para a imaturidade de certos jogadores, que nos custou uma amarga derrota na noite de ontem.


O fato é que, incrivelmente, merecíamos ter saído para o intervalo perdendo por 3 a 0 daquele time.


No segundo tempo, a postura melhorou, mas esbarramos em problemas técnicos. Ou táticos. Não só a qualidade do passe no meio campo comprometia qualquer jogada, como também simplesmente não havia jogadas. Levantar a bola na área para Ferreyra? Convenhamos, ninguém vence uma Libertadores dessa forma.


Mas, no fim das contas, a derrota no Equador não foi tão ruim, dado que ainda somos líderes e temos dois jogos em casa pela frente.


Ainda restam-me esperanças. Talvez a explicação para o péssimo jogo de ontem esteja na união entre quatro fatores: a altitude, o gramado, a chuva e a arbitragem. Quem sabe na terça, no Maracanã, com uma bela noite estrelada, esse time repita uma das poucas belas atuações que teve até agora.


Vamos rezar... E apoiar até o fim!

terça-feira, 11 de março de 2014

Analisando o adversário: Independiente Del Valle

Nosso único obstáculo no jogo de amanhã deve ser a altitude. 
Qualquer outro problema mostrará que nosso time não está preparado para ir longe nessa Libertadores, já que esse é certamente o adversário mais fraco do grupo.

O Independiente Del Valle tem pouca ou nenhuma tradição no futebol. Em seus apenas 55 anos de existência, seus títulos se resumem a uma série B e uma série C do campeonato equatoriano.


Em 2013, na melhor campanha da sua história, conseguiu o vice-campeonato da série A, que lhe rendeu sua primeira participação na Libertadores. 


Nem mesmo a pressão de jogar fora de casa poderá ser um obstáculo, já que o estádio do Independiente tem lugar para apenas 8 mil pessoas.


Como defendi no último post, nenhum empate fora de casa deve ser visto como resultado ruim (desde que vençamos em casa, é claro). Mas acredito que dá para vencer esse jogo. A derrota, obviamente, é inadmissível.


O importante é que o nosso time, mesmo sabendo de tudo isso que escrevi aqui, não entre em campo de salto alto.

Vamos lá, Fogão!

quinta-feira, 6 de março de 2014

Cortem o cordão umbilical

Semana passada, empatamos em 1x1 com o poderoso Unión Española no Chile. 
Com a vitória do San Lorenzo, continuamos líderes isolados do grupo, com 4 pontos, e temos pela frente dois jogos em casa e dois fora.

Hoje empatamos em 2x2 com o mais poderoso ainda Audax.

Esse resultado significa praticamente um adeus ao estadual de 2014, sendo a primeira vez nos últimos dez anos que não chegaremos às semifinais.

É certo que, depois de 18 anos de ausência na Libertadores, ninguém está muito preocupado com o Carioca. Mas é verdade também que não esperávamos uma campanha tão ruim assim, com grande possibilidade de terminarmos o campeonato no meio da tabela, atrás de Cabofriense, Nova Iguaçu e outros.


Considero nossa eliminação do Carioca boa por dois motivos:

- Evitaremos uma maratona de jogos que poderia comprometer nosso desempenho na Libertadores e focaremos no campeonato que realmente importa este ano;
- Caso façamos péssima campanha na Libertadores, não teremos de ouvir o dentista dizer novamente que chegamos a quatro finais estaduais em cinco anos. Seu argumento perderá a validade em um ano no qual fizemos um campeonato carioca ridículo.

Considero, por outro lado, ruim por um motivo:

- Como todo botafoguense, tenho medo do que pode acontecer na Libertadores.

Mas a verdade é que precisamos nos soltar do cordão umbilical que nos liga aos títulos estaduais. Parece que, se não fizermos um bom Carioca, nosso ano estará perdido, visto que não temos condições de ganhar mais nada. Afinal, somos botafoguenses e pessimistas.


É hora de nos libertarmos desse carma e enxergarmos mais longe. 

Desvencilhem-se do Carioca, sem pena.

Considero que o empate com o Unión Española foi péssimo pelo jogo, mas bom pelo resultado. O time é bem fraco e certamente poderíamos ter aberto 2 a 0 de cara, mas não dá para encarar um empate fora de casa na Libertadores como um resultado ruim. Se vencermos em casa e empatarmos fora todos os jogos, terminaremos líderes do grupo.


Eu acredito no Botafogo em 2014. Sem título carioca.