segunda-feira, 9 de junho de 2014

Cada um tem o que merece

Podem me chamar de má, de "sem coração" ou o que for, mas tenho apenas duas palavras a dizer sobre a demissão de Seedorf após seis meses como técnico do Milan: 

Bem feito!

Estou indignada com a quantidade de botafoguenses defendendo sua volta ao Botafogo. Talvez estes sigam o mesmo princípio do eleitor brasileiro, que tem memória volátil e pouco tempo depois reelege os mesmos bandidos.

Não que eu esteja dizendo que Seedorf é um bandido, muito menos que é um jogador ruim. Reconheço que foi um craque a nível mundial, mas minha principal crítica não se refere nem somente ao fato de ser um jogador velho com lampejos do craque que já foi, mas também - e principalmente - à sua postura de superioridade em relação ao Botafogo e aos torcedores do clube.
(leiam este excelente post do Gustavo sobre a personalidade e o narcisismo de Seedorf: 
http://realfogo.blogspot.com.br/2013/11/a-bolha-botafoguense-e-ira-narcisista.html)

Seedorf se achava maior do que o Botafogo. Assim sendo, acreditava que nós, botafoguenses, tínhamos que agradecer todos os dias por termos um craque como ele jogando no nosso clube.

Enquanto a verdade é que ele, sim, deveria agradecer pela oportunidade de jogar em um clube com tanta história e tradição como o Botafogo - o clube que foi eleito um dos 12 maiores do mundo pela FIFA no século XX e que mais cedeu jogadores à seleção mais vitoriosa em Copas do Mundo.

Não me esqueço do dia 13 de novembro do ano passado, quando eu, Kio e Gustavo, sentados bem próximos à saída para o vestiário do Maracanã, seguramos cartazes como forma de protesto pelas más atuações da equipe, que naquele dia conseguiu a proeza de sair do G4 após um empate sem gols com a Portuguesa. O mais enfático dos cartazes dizia "Lutem! Respeitem nossa história!".
Os jogadores saíram praticamente sem olhar para os xingamentos da torcida e para os nossos cartazes, mas Seedorf agiu diferente. Ele parou à nossa frente e nos encarou fixamente, com as mãos na cintura, cara de desprezo e uma nítida postura de superioridade. Quase pude ler seu pensamento: "Bando de idiotas".

Depois desse dia, e dadas suas constantes declarações de que "se a torcida tivesse comparecido em maior número, poderíamos ter lutado por mais", bem como suas amareladas em campo (nos dois jogos mais decisivos do ano, Cruzeiro no Brasileirão e molambos na Copa do Brasil, ele simplesmente sumiu, tendo ainda perdido um pênalti importantíssimo no primeiro), Seedorf caiu muito no meu conceito.
E, não tenho certeza nem cheguei a pesquisar sobre isso, mas vocês conseguem se lembrar de algum gol que ele tenha feito contra nossos rivais cariocas? Sinceramente, o máximo que consigo me lembrar é do pênalti perdido contra o Fluminense na final da Taça Rio do ano passado.

Em seus últimos seis meses pelo Botafogo, mais atrapalhou do que ajudou. Perdia a bola, errava passes, retardava jogadas... Mas, é claro, ninguém pode admitir isso simplesmente porque ele é o Seedorf.

Depois, sem aviso prévio e em início de temporada e de preparação para a Libertadores, resolveu sair para ser técnico do Milan, mostrando que só estava no Botafogo por considerar que não havia muitas opções melhores no mercado, dada sua idade avançada.

Eu digo NÃO à volta de Seedorf. 
Defendo minha opinião sem ao menos pensar se ele se encaixaria bem no time atual ou se é mais qualificado do que todo o nosso meio campo junto. 
Acredito que, nesse caso, a primeira coisa que devemos considerar é se ele merece uma segunda chance. E, nesse sentido, a resposta claramente é não. Suas diversas declarações mostraram um desrespeito a tudo o que o nosso clube representa em cenário não apenas nacional, mas mundial. 
Ao se achar maior do que o Botafogo, está implícito seu desprezo por nossos grandes craques, muitos dos quais serão mais lembrados e venerados do que ele próprio. Ou será que Seedorf se considera mais importante do que Nilton Santos e Garrincha para a história e a evolução do futebol?

Respeito muito seu futebol, Seedorf, mas você não é, nunca foi e nunca será maior do que o Botafogo de Futebol e Regatas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lohana, concordo com tudo o que você disse, você só esqueceu de falar que além de tudo o Seedorf ainda tinha diversos privilégios, como mais tempo de férias, salários em dia e ainda viajava de avião enquanto os outros jogadores iam de ônibus.
Abs,Antonio