sexta-feira, 6 de junho de 2014

De quantas "barcas" precisamos?

No início do ano passado, quando fomos campeões cariocas de forma incontestável, tivemos a ilusão de que, pela primeira vez em muito tempo, ganharíamos um título de peso em 2013.

Desde 2012, apesar das saídas de Loco Abreu e Herrera, parecia que a diretoria vinha formando um dos melhores elencos da última década. 
Com a chegada do craque mundial Seedorf, do jovem e promissor uruguaio Lodeiro, com a "volta por cima" de Rafael Marques, a grande fase de Fellype Gabriel e tendo Vitinho como grande revelação, o segundo ano de Oswaldo de Oliveira no Botafogo era bastante promissor.

Acreditamos, ingenuamente, que seríamos campeões de tudo em 2013.

Porque, além da mística presente no ano 13, tínhamos um elenco capaz de vencer o Brasileirão e a Copa do Brasil, repetindo o grande feito do Cruzeiro dez anos antes.
Não precisávamos de contratações, precisávamos apenas manter os jogadores que já tínhamos.

Mas, ainda ano meio do ano, a diretoria deu um banho de água fria em nossos sonhos com a "barca" que incluía Fellype Gabriel, Andrezinho, Márcio Azevedo, Jadson e Vitinho.

Tentamos abstrair esse pequeno "detalhe" e seguimos confiantes, mas a verdade é que, depois disso, o Botafogo nunca mais foi o mesmo. Nosso rendimento caiu no Brasileirão e nossa distância de mais de dez pontos do primeiro time fora do G4 foi se reduzindo aos poucos.

Então veio a Copa do Brasil, o maior trauma futebolístico da minha vida, sobretudo porque eu estava lá e, para piorar, estava na torcida mista e não fui perdoada pela grande maioria molamba. 
Sei que vou me lembrar de cada detalhe daquela triste e vergonhosa goleada, mas prefiro não entrar em detalhes sobre esse dia. Já desabafei nesse post: http://realfogo.blogspot.com.br/2013/10/um-trauma-para-vida-meu-sincero-desabafo.html

A eliminação da Copa do Brasil foi um marco, um sopro de realidade para quem seguia acreditando em um título nacional. Não nos conformamos e chegamos a abaixar a cabeça e pensar que "nunca venceremos nada porque somos o Botafogo, e tem coisas que só acontecem ao Botafogo".

Vinte dias depois, lá estava eu no Maracanã assistindo o Botafogo sair do G4 após 30 rodadas.

No fim do ano, precisávamos, além de uma vitória contra o Criciúma, que o Goiás perdesse seu último jogo e a Ponte Preta não fosse campeã da Sul americana. 
Cancelei minha viagem para Fortaleza porque minha superstição alvinegra me dizia que, se eu ficasse no Rio e fosse ao Maracanã, essa combinação de resultados se concretizaria.

Felizmente, eu estava certa. E nós estávamos na Libertadores.

Era hora de pensar alto, de reforçar o time, contratar novos reforços e arranjar um técnico renomado. Afinal, depois de 18 anos de espera, conseguimos aquela tão sonhada vaga.

Mas, para nossa surpresa, a diretoria incorporou o espírito de time pequeno e tratou a classificação para a Liberta como um título. Prova disso é que, na área de lazer de General Severiano, uma grande bandeira alvinegra estampava em letras prateadas "LIBERTADORES 2014". 
Foi aí que começou a me dar um frio na barriga.

E então, como um time que acabou de conquistar a Libertadores, e não como um time que acabou de conquistar uma vaga na Libertadores, foi anunciada uma nova "barca", composta por Oswaldo de Oliveira, Seedorf, Rafael Marques, Elias...

Confesso que, em toda a minha vida futebolística, nunca vi uma diretoria desmontar um time para a Libertadores. Isso só acontece em times pequenos, o que me fez crer que Maurício Omissão só poderia pensar mesmo que o Botafogo era um clube pequeno.
E, pasmem, ele pensava mesmo. Chegou a afirmar que nós não temos do que reclamar, porque "no meu tempo o Botafogo ficou 21 anos sem ganhar um título".

Foi com essa grande lição de vida que ele levou embora metade do time, trouxe jogadores pífios para substituir os que se foram e promoveu a técnico um cara que entende menos de futebol do que a minha avó - e olhe que minha avó não sabe nem o que é um escanteio.

É claro que não poderíamos passar da primeira fase da Libertadores.

Como se não bastasse toda a economia gerada por essas lambanças, o dinheiro simplesmente "sumiu" sem explicação e o dentista, além de decidir ficar devendo dois meses de salário, resolveu preparar uma nova "barca" para reduzir as despesas do clube.

Eu me pergunto: que despesas um clube que troca Seedorf por Jorge Wagner, Lodeiro por Wallyson, Elias por Ferreyra, Oswaldo por Mancini ainda pode ter? Rodrigo Souto, Ronny, laterais gêmeos e Airton são jogadores muito caros? 
NÃO! Então cadê esse dinheiro, presidente???

2 comentários:

Anônimo disse...

Disse tudo! Precisamos levantar o nosso clube. Primeiro passo, impeachment do presidente omissão.
SAN

Anônimo disse...

Disse tudo! Precisamos levantar o nosso clube. Primeiro passo, impeachment do presidente omissão.
SAN