quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Um dia de luto para os amantes do verdadeiro futebol...

Posso dizer que uma das grandes paixões da minha vida é o futebol. 
Se não existisse esse esporte tão simples e tão belo, cheio de dramas e tragédias, de esperanças e milagres, provavelmente minha vida seria muito chata. 
Apesar de meus poucos 22 anos de vida, sempre procurei estudar e entender a história do Botafogo e da seleção brasileira.

Esse incrível jogador que nos deixou hoje, neste triste dia 27 de novembro de 2013, ficará marcado para sempre nessas duas belas histórias.
Uma das poucas coisas que lamento profundamente na minha vida é o fato de nunca ter visto Nilton Santos jogar.

Chorei muito. Tudo o que me restou, depois dessa trágica notícia, foi deitar em minha cama e ouvir o Glorioso hino do nosso time, enquanto penso em tudo o que esse jogador representou para o futebol, de um modo geral.
 Não apenas pelo fato de ter sido simplesmente o melhor lateral-esquerdo de todos os tempos e de ter revolucionado a própria definição de um lateral, nem mesmo por ter nos dado duas copas do mundo ou ter vestido apenas a nossa camisa, mas principalmente por ter amado verdadeiramente o Botafogo.

Os torcedores de hoje, não importa o time, tendem a dar pouco valor ao passado. Já ouvi muitos dizerem que "antigamente era fácil jogar futebol", que ninguém marcava, que não se faziam faltas. Nunca consegui enxergar isso como algo ruim, sendo bem verdade que sequer concordo com essas afirmações. O que sei é que antigamente se jogava um futebol bonito, algo totalmente diferente das frequentes peladas entre os retranqueiros times de hoje, que têm muita posse de bola (leia-se: um toca pra lá - toca pra cá extremamente chato no meio-de-campo) e pouca ofensividade. 

A diferença não está apenas no fato de que se jogava para frente, mas também na fácil constatação (por muitos ignorada) de que se jogava com amor

Em um tempo em que jogar futebol não fazia de ninguém um milionário, os jogadores tendiam a ficar muito tempo em seus times do coração, ou mesmo em times com os quais se identificavam profundamente. Mas todos sabemos que, em cada centímetro do corpo de Nilton Santos, corria um sangue alvinegro. E, desde a primeira vez em que esse craque vestiu a nossa camisa, o Botafogo nunca mais foi o mesmo.

Fico triste com a alienação futebolística de alguns seres que se dizem amantes desse maravilhoso esporte e sequer sabem quem foi Nilton Santos. Sim, eles existem. Estão por todos os lados, repetindo para quem quiser ouvir que o maior craque de todos os tempos foi Vágner Love. Para eles, o futebol começou na "era Dunga". Tudo o que veio antes, todos os craques cujos nomes eles nem querem saber, foi amador demais para ser levado em conta.

Digam o que quiserem, eu continuarei defendendo que o futebol era muito melhor nos velhos tempos.

Hoje, tudo o que um jogador tem de fazer para ser considerado um ídolo é ganhar um título. Ou dois. Mesmo que seja jogando mal. Fico triste ao constatar que Fred (nada contra, um bom centroavante para os dias de hoje) é considerado o maior ídolo da história do Fluminense, por exemplo. Um cara que só está no Fluminense por dinheiro. Que jamais jogará tanto futebol como se jogava antigamente. Mas que, dentro do burocrático estilo de jogo atual, é um ótimo jogador.

Eu poderia falar do Túlio também... Mas me entristeço toda vez que penso nele. Ele nos traiu, mas eu seria capaz de perdoá-lo. Entendo que, como todos os outros, ele não nasceu no tempo do amor à camisa, mas do amor ao dinheiro.

O que quero dizer é que não só o futebol era diferente (e muito mais interessante) antigamente, mas que os ídolos eram de verdade.
Na minha opinião, a "Enciclopédia" do futebol (apelido que não foi dado a Vagner Love, nem mesmo a Fred ou a outros queridinhos dos amantes do futebol atual) foi o maior ídolo que nosso Glorioso clube já teve. Um jogador que revolucionou não só o futebol, mas a história do Botafogo e da Seleção Brasileira. 

Alguém que todos podem, sem hesitação, chamar de craque. Os que não chamam não entendem nada de futebol.

Estou falando do futebol de verdade. 

Não tenho palavras para descrever o tamanho da minha tristeza no dia de hoje. Os botafoguenses e os verdadeiros amantes de futebol estão de luto. 
Sinto como se uma parte Gloriosa do Botafogo tivesse deixado de existir. Algo que ficou pra trás, mas que não queremos esquecer. Nem podemos.
Mas, se eu pudesse me despedir de Nilton Santos de alguma forma, diria apenas: Obrigada! Você sempre será o meu maior ídolo. 

E, assim, a "Enciclopédia" do futebol entra definitivamente para a enciclopédia do futebol. Para os que nascerem hoje, Nilton Santos já estará morto. Mas, ainda para os que nascerem daqui a um século, seu nome será pronunciado. Que assim seja.

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