terça-feira, 19 de novembro de 2013

Desçam do pedestal

Depois da goleada por 4x0 sobre o Atlético-PR, ficou muito claro que o problema desse time era mesmo falta de raça, dedicação e uma boa dose de vergonha na cara.

Agora, no entanto, o problema de falta de humildade parece ter tomado conta do elenco.

Incrivelmente, os protestos e os ovos os uniram mais. Porém, essa união se deu contra nós. Parece que eles se sentiram rejeitados pela torcida, apesar de terem feito excelente campanha este ano e serem os melhores jogadores da história do Botafogo, como Maurício Assumpção repete no vestiário após toda derrota.

No 0x0 contra a Portuguesa, o que me chamou muito a atenção foi a forma como Seedorf saiu do campo após o fim da partida. Como estava no setor oeste, ao lado do túnel que leva ao vestiário, segurei um cartaz escrito Lutem! Respeitem nossa história e, assim como outros torcedores movidos pela raiva do momento, gritei muito que estava faltando vergonha na cara. Seedorf parou, colocou as mãos na cintura em uma pose no maior estilo Cristiano Ronaldo e nos encarou, como se pensasse que somos seres inferiores a ele e não entendemos nada de futebol. 

De alguma forma, esse comportamento parece ter tomado conta de todos os jogadores. Eles parecem motivados a vencer não por nós e pelo carinho que temos dado a eles, mas por um desejo de mostrar que são muito mais do que nós pensamos. O que os motivou a vencer contra o Atlético-PR, por mais estranho que possa parecer, foi o desejo de se vingar da torcida, que não foi capaz de reconhecer o grande trabalho desse maravilhoso elenco.

Funcionou.

E, depois, eles se recusaram a comemorar a vitória com a torcida. Somos seres inferiores que jamais reconhecerão todo o trabalho e dedicação desses atletas. E eles, é claro, são deuses.

Sinceramente, essa atitude merecia um bom esporro do nosso omisso presidente. Mas, de novo, cadê ele? Será que ele não vê que essa atitude, ao invés de unir, afasta a torcida do time?

O estranho é perceber que as obrigações mudaram de lado. Não são eles, que ganham salários de 300, 500, 700 mil por mês, que têm a obrigação de entrar em campo com raça e lutar até o fim. Somos nós, torcedores que ganham um por cento do salário deles, que somos obrigados a comprar um ingresso de 60 reais para ver um time que não tem honrado a camisa que veste.

Eu, sinceramente, não acredito na vaga para a Libertadores. Nenhum time vai muito longe quando movido por um sentimento de vingança, e não de amor ao clube. Pena que não exista uma diretoria competente para mostrar isso a eles...

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