quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O último desafio dos primeiros

Hoje temos uma pedreira pela frente: o Olimpia, do Paraguai, no estádio Defensores del Chaco com mais de 30 mil ingressos vendidos.

A parte boa é que o 1x0 de ida nos garante a vantagem do empate ou da vitória com gols. Se fizermos um, eles terão que fazer três.
A parte ruim é que Montillo não vai jogar, nosso departamento físico tem se revelado uma verdadeira piada - por mais que se repita que a culpa é da sequencia de jogos, sabemos da verdade - e provavelmente entraremos em campo com apenas um atacante.

O Botafogo tem duas deficiências sérias no ataque. Faltam:
- Um jogador de velocidade, como Neilton (quem diria que ele faria falta!) ou Vitinho (será que um dia ele volta?)
- Um centroavante sério a la Loco Abreu em seus tempos áureos, que saiba se posicionar na área e subir mais alto que os zagueiros adversários

No meio campo, a maior deficiência é a ausência de um meia armador de grande qualidade, uma vez que Montillo - aposta da diretoria para grande craque da temporada - não mostrou ainda a que veio e Camilo tem demonstrado cada vez mais que é apenas um jogador mediano que teve uma boa fase.

Se não temos grandes armadores de jogada, a conexão do meio campo com o ataque se encontra seriamente comprometida. 
No segundo jogo contra o Colo Colo, é verdade que dominamos o jogo; no entanto, esse domínio foi muito mais decorrente da inexpressividade deles em seu próprio estádio do que de jogadas do nosso time. Tivemos lances de gol, mas quem viu o jogo deve ter percebido que o Botafogo com três volantes e um atacante não funciona.

Simples: Apostar na retranca sem um jogador de velocidade, um matador na frente ou alguém capaz de fazer lançamentos geniais significa simplesmente que não seremos capazes de armar contra-ataques. Assim, o principal objetivo da retranca (defender-se bem e aproveitar-se da exposição alheia com jogadas rápidas) se vê seriamente comprometido.

É uma contradição em seus próprios termos.

Já na metade do segundo tempo no Chile, quando Jair apostou em três atacantes, ao menos ficamos mais ofensivos e mais eficientes. Num eventual contra-ataque, a bola chegava em alguém ao invés de se perder no meio do caminho. 

Se eu fosse treinadora do Botafogo, entraria hoje com três atacantes e faria logo um gol, para apenas depois optar por uma eventual "retranca". Afinal, não dá pra contar que Camilo acertará um lançamento e, simultaneamente, Pimpão se posicionará de forma correta e acertará o gol, tendo em vista que ambos ocorrem com uma frequência não mais do que moderada.

Não se trata de não acreditar no time. Não é necessário ter o melhor time das Américas para vencer a Libertadores. É necessário ter inteligência para perceber nossos pontos fracos e fortes.

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