Estamos eliminados da Libertadores.
Para muitos - como eu, que acreditei que este ano levaríamos um título de peso -, essa verdade, agora imutável, pode doer incansavelmente no lugar mais profundo da alma.
E vai continuar doendo por um tempo.
Ninguém gosta de perder. Muito menos quando se pode olhar para trás e ter certeza de que não se fez menos do que uma campanha brilhante, principalmente quando se leva em conta as restrições orçamentárias do nosso clube desde a saída do pior presidente da história.
Mas, desde que Omissão se foi, muita coisa mudou para melhor.
A confiança, que se encontrava perdida entre repetidas tragédias na Copa do Brasil e episódios dignos de um legítimo cavalo paraguaio no Brasileiro, retornou com tudo desde que um time limitado, porém muito raçudo, conquistou uma vaga na Libertadores 2017 a despeito de todas as previsões que o apontavam como favorito ao rebaixamento.
Triplicamos o número de sócios torcedores e chegamos à marca de 34 mil, em um período de intensa e apaixonada sinergia entre clube e torcida que há muito tempo não se via.
Com muito menos dinheiro do que os outros brasileiros que conquistaram uma vaga na Libertadores, mas com um treinador que soube valorizar o coletivo e transformar um elenco sem estrelas num time de heróis, o Botafogo fez muito mais em 2017 do que qualquer um poderia imaginar.
Semifinais da Copa do Brasil e quartas de final da Libertadores não valem o título, é verdade. Porém, valem a certeza de que saímos das cinzas e estamos no caminho certo para um futuro glorioso.
Principalmente porque saímos dessa Libertadores jogando um futebol mais cativante do que o time que se classificou para a semifinal. Enquanto todos nos apontavam como presa fácil para o Grêmio na Arena, o suor dos nossos jogadores por muito pouco, muito pouco mesmo, não nos trouxe a classificação. Contra um Grêmio muito inferior àquele endeusado pela mídia, fizemos o nosso melhor jogo da competição e calamos 40 mil pessoas vestidas de azul e preto.
Infelizmente, o futebol é um esporte no qual nem sempre vence o melhor. Talvez isso o torne tão fantástico e, certas vezes, tão doloroso.
Caímos, mas com a certeza de que jogamos muito e fizemos tudo o que estava a nosso alcance. O sonho não acabou, apenas foi adiado para o ano que vem.
Parabéns a todos os heróis e ao comandante Jair Ventura que, com muita raça, nos trouxeram até aqui. Tenho muito orgulho deste Botafogo, o melhor que vi jogar em muito tempo.
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