sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Não escolho, fui escolhido!

Venho, finalmente, me apresentar no RealFogo a todas as pessoas que assim como eu foram predestinadas a amar o Botafogo. Minha história é um tanto quanto curiosa...

Eis que em uma cidadezinha de Minas Gerais chamada Guarará morava um homem que desde pequeno trabalhava no campo para ajudar aos seus pais e cinco irmãos a ter o que comer. Por trabalhar durante o dia e estudar no período noturno, não restava tempo (e nem sei se possuíam televisão) para assistir ao tal futebol. Ao ser perguntado atualmente se possuía algum time pelo qual torcia, ele afirma sem muita convicção que gostava do Galo mas que não tinha tempo para isso.


Um belo dia, esse homem conheceu uma patricinha do Rio de Janeiro que por coincidência do destino era filha de um carioca com uma guararense e visitava a cidade natal de sua mãe com certa frequência. Eles passaram a sair, começaram a namorar, casaram, tiveram um filho e, enfim, três anos após, me deram a luz!


Contudo, tal patricinha carioca assim como sua mãe (e a maior parte de sua família) torciam para o Flamengo e meu pai, tendo se formado e ido morar no Rio de Janeiro, acabou cedendo às pressões da minha mãe e passando a torcer por tal time repulsivo.


Assim, quando meu irmão nasceu, lhe colocaram aquele pano de chão e desde então ele passou a se dizer flamenguista. A verdade, porém, é que ele nunca ligou para esporte algum e frustou meu pai, que tanto queria um filho para poder ensinar e com quem jogar esportes.


Infelizmente, quando nasci também fui vestido com tal camisa horrenda vermelha e preta, talvez essa seja a razão de ter chorado tanto... Eu logo me apaixonei por esportes e, com isso, meu pai tão feliz sempre me fazia companhia. Fato é que a verdadeira história pelo qual me "tornei" Botafoguense não é tão certa, meu irmão diz que a culpa é do meu pai que jogava futebol de botão comigo usando o time do Botafogo e me deixava usar o do flamengo e por sempre me dar uma surra (como devia ser dado os times), me fez passar a admirar aquele time Preto e Branco cujo emblema era o mais bonito do Brasil. Na minha vaga lembrança me lembro de estar vendo televisão e de começar a cantar o hino do Glorioso após uma partida sua, não sei se era de costume tocar o hino dos times após meras vitórias ou se era alguma conquista de Carioca ou o Brasileiro de 1995! (Como nasci em 1991, era muito pequeno para ter uma grande lembrança). A única certeza que tenho é que minha avó conta que certo dia, eu ainda bem molequinho cheguei para ela e perguntei: "Vó, eu posso ser Botafogo?" (Mal sabia eu que eu não estava virando botafoguense, eu sempre havia sido, só estava me declarando a todos como torcedor do time mais nobre que existe). Comovida com tamanha pureza, ela respondeu: "É claro meu netinho, você pode ser o que você quiser ué!".


Essa é minha história de como eu "passei" a torcer pelo Botafogo, mas a verdade é que eu não escolhi, eu fui escolhido. Não havia outra possibilidade, eu era predestinado a fazer parte dessa nação que vive pelo Botafogo. O botafoguense não é como os outros, ele não torce pelo seu time, ele é, ele vive o Botafogo!

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