sexta-feira, 17 de outubro de 2014

VERGONHA

Desliguei a televisão depois do quinto gol. 
Não porque eu quisesse abandonar o meu time do coração, coisa que jamais faria, mas porque aquele jogo em muito me lembrava o 7x1 que levamos da Alemanha na Copa do Mundo. 

Tive medo de levar de sete, de dez. Tive medo de reviver aquele que foi, futebolisticamente falando, um dos piores dias da minha vida.

Desolada, fui escovar os dentes quando perdíamos de quatro e, quando voltei, já perdíamos de cinco.

Senti raiva, tristeza, vergonha, tudo misturado em um sentimento para o qual ainda não inventaram um nome. 

Sem dinheiro, sem estádio, com salários atrasados, rumo à série B e sendo eliminado dessa forma da Copa do Brasil... Esse não é o Botafogo.
É qualquer um, menos aquele que nós conhecemos como Glorioso.

Talvez seja mesmo um novo clube, com uma nova história, e não mais aquele que revelou grandes jogadores no passado e foi base para a seleção brasileira.

O Botafogo que nós conhecemos está acabando. 

Quem quer que tenha apoiado a demissão de Sheik, Bolívar, Edílson e Julio Cesar, estava errado. Se já éramos um time limitado com eles, sem eles somos uma tragédia. Nossa zaga inexistiu no jogo de ontem e só não levamos mais gols porque, no final, o Santos já não jogava mais com a mesma vontade.

Andrey é um dos piores goleiros que o Botafogo já teve na última década, na frente apenas de Milton Raphael. Mancini deveria ter escalado Helton Leite, que ao menos nos salvou contra o Corinthians. Mas, assim como o elenco, nosso treinador também é limitadíssimo, digno de um clube de série B.

E assim acumulamos vexames, ano após ano.

Um ano depois de nossa vexatória eliminação na Copa do Brasil para os molambos - em uma época em que tínhamos, sim, um time capaz de levar a taça -, saímos mais uma vez de cabeça baixa e com o rabo entre as pernas, tendo que ouvir piadinhas de todos os lados.

O Botafogo não merece isso...

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