terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Amor, incondicional

Meu querido Fogão,

2019 chegou para nós.

Nesta noite de verão, parei para recordar tudo o que vivemos. Tantos sorrisos e lágrimas, esperanças e desilusões, euforias e desabafos, incertezas e desafios. Estive ao seu lado na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e estarei até que a morte nos separe.

Foram tantas promessas, jamais cumpridas, de que nunca mais te deixaria ser o centro da minha vida. Como em qualquer relacionamento saudável, não era aconselhável que eu projetasse minha felicidade em você. 

Mas, a despeito de todas as tentativas, admito que eu não sei te amar menos do que isso. 

Talvez seja mesmo um amor obsessivo. Como dizem por aí, sou uma botafoguense "doente". Um psicólogo me aconselharia a trabalhar o amor próprio, para que não caia mais na armadilha de correr atrás de quem tanto me abandonou. 

Quantas vezes senti-me sozinha no estádio, não porque não houvesse milhares de pessoas ao meu lado, mas porque você não parecia ser o mesmo de antes? Onde estava você, Glorioso, enquanto eu gritava apaixonadamente o seu nome?

Ando meio sem tempo para D.R's, mas é fato que você anda precisando de uns puxões de orelha. 

Ou talvez eu apenas não consiga iniciar uma D.R. porque meus raros momentos de raiva se dissipam tão rápido que chego à conclusão de que nosso relacionamento não precisa de vitórias, ou títulos, ou qualquer outra comemoração.  

Não vivemos uma relação de amor e ódio. 

Vivemos uma relação de amor. 

Incondicional, por definição. 

Sabe aquele filho que não presta, é mau caráter, mas os pais sempre aceitam de volta? O princípio é o mesmo. Pode me maltratar à vontade e gastar todas as minhas lágrimas, que eu nunca te abandonarei. 

Não consigo. Não quero. Não vou.

Sequer posso afirmar que fiz a escolha certa. Como toda botafoguense que se preze, "não escolho, fui escolhida". 

Entretanto, mesmo depois de tanto tempo de relacionamento, posso afirmar que, se te conhecesse hoje, eu me apaixonaria por você da mesma forma e com a mesma intensidade. 

Se há história de amor maior do que a nossa, eu desconheço.

2 comentários:

Vinicius Brandão disse...

Se acham superiores aqueles que nunca sofreram em ver uma simples esfera correr aos braços da vitoria inimiga ou fugir das suas redes como se não te conhecesse mais.
Mas esses ditos superiores não sabem como é bom ver-te e sonhar com as glórias, lembrando do passado, idealizando o futuro, por mais que pareça distante. Eles não sabem o que é isso, não sabem sentir.
Durmo tranquilo com a certeza de que um mero sonho de verão renova todas as noite a eternidade dessa paixão

Anônimo disse...

Lohana, é impressionante a capacidade que você tem de expressar o sentimento do nosso torcedor. Ser botafoguense como sabemos não é uma opção de cada pessoa mas sim uma determinação dos deuses do futebol que escolhem quem será um de nós. Tenho certeza que todos nós passamos por esses momentos de provação e isso apenas fortalece a relação entre o clube e o torcedor. E, como você, também não conheço nenhuma história de amor mais intensa do que a que temos com o Glorioso. NÃO SE COMPARA!

Alvinegro Apaixonado.