segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Quem somos nós e quais são os nós


        Independentemente de qualquer apresentação individual que cada um de nós venha a fazer, gostaria de dizer quem somos.
        Gustavo e Eric estudam comigo na faculdade. Estamos nos formando em economia este ano. Eles são sócios-torcedores do Botafogo e, de vez em quanto, meus companheiros nos jogos no Engenhão.
      Kio é meu pai e mora em Chicago. Ele vem freqüentemente ao Rio de Janeiro a trabalho, já que é comissário de bordo da US Airways. Quando ele está no Rio e tem jogo do Botafogo, é certa nossa presença no Engenhão. Quando ele não está no Rio e tem jogo do Botafogo, muitas vezes acompanhamos juntos pelo skype, como no Botafogo x Vasco de quinta-feira passada.
        Kio e eu somos sócios proprietários e, como freqüentadores de General Severiano, temos visto muita coisa errada acontecer naquele lugar. Já passamos por diversas situações em que saímos de lá com a certeza de que ninguém sabia resolver nada, pois cada um dizia uma coisa diferente. Um exemplo: somos sócios desde abril, e até agora a carteirinha do meu pai não ficou pronta. Recebemos temporariamente um papel, semelhante a um ingresso de cinema, que tornava válida nossa entrada no clube. Era para durar um mês e meio, quando ficariam prontas nossas carteirinhas, que seriam enviadas para a minha casa. Uns dois meses depois, chegaram três carteirinhas de pessoas que não conheço. Devolvi no clube e ainda tive que esperar mais um tempo para pegar as nossas, que agora não seriam mais enviadas para casa. Quando finalmente ficaram prontas, a do Kio veio com defeito. Então eles deram novamente um papel e falaram para esperarmos, a carteirinha chegaria em casa. Mês passado fui reclamar, indignada com a demora, e eles falaram que nenhuma carteirinha havia sido pedida e que, agora, eu teria que esperar mais um mês e meio para pegá-la no clube...
        Mas esse é apenas um exemplo. Por trás dos bonitinhos muros de nossa principal sede encontram-se emaranhados de problemas que se perpetuam no tempo. General Severiano, com suas belas novas quadras, o CT João Saldanha, as piscinas e o delicioso restaurante Fogão Gastronômico esconde desordens que nenhum de nós pode imaginar. Nós, que somos sócios, temos uma idéia. Mas não temos dúvida de que o buraco é muito mais embaixo. Muita coisa precisa mudar naquele lugar... Porque, se em seis meses uma carteirinha não fica pronta e ninguém sabe dizer ao certo quando ficará, o que pode dar certo?
          Participei do “Café com o presidente” em julho. Era um café da manhã para os novos sócios, em que Maurício Assunção falou sobre as novas obras e tudo o que estava sendo feito para oferecer conforto a todos. Conforto? Conforto para mim não é apenas infra-estrutura, é muito mais do que isso. Conforto é ter certeza de que o Botafogo não está caminhando em uma trajetória descendente. Conforto é ver que estamos fazendo por onde para manter o brilho de um clube que teve tantos craques, tantas glórias. A infra-estrutura e a paisagem que se tem do terraço do clube servem apenas para iludir aqueles que não sabem o quanto é difícil conseguir uma informação naquele emaranhado de nós que se formaram em meio ao caos que impera na administração de General Severiano. Podemos reclamar do nosso técnico, da nossa falta de atacantes, da zaga, mas é preciso que todos percebam que, para que o Botafogo caminhe para frente, é preciso desembolar muitos nós.               

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