terça-feira, 1 de maio de 2018

A justiça tarda mas não falha

Os bons ventos da mudança enfim chegaram a General Severiano.

Não sabemos ao certo como ou quando isso aconteceu, nem se o espírito de Biriba entrou em campo para reverter o pessimismo enraizado desde que Carlito Rocha dava nós nas cortinas para que as tais coisas que só acontecem ao Botafogo não passassem de meras assombrações da madrugada, mas o fato é que a sorte está a nosso favor.

Apesar da onda geral de otimismo que, às pressas, se instaurou no clube, não se fala sobre sorte.

Isto porque a tradicional superstição alvinegra decretou, em pacto silencioso, que falar sobre sorte causa má sorte.

Não poderia dizer que acho isso uma grande besteira, muito menos que não me atreveria a apagar este post caso a situação subitamente se revertesse.

Mas também não posso fingir que não existe nada. 

Existe alguma coisa. 

Ainda que não saibamos o que, nem como, nem por quanto tempo, o fato é que já não somos os mesmos desde que Carli estufou as redes aos 49 minutos do segundo tempo naquele domingo, dia 8 de abril, fato que culminou na conquista do nosso 21º título carioca. 

E lá estava ele outra vez, o número 21, como um divisor de águas para alimentar nossa superstição.

Três rodadas do Brasileirão até agora, e em duas delas, chegamos ao gol nos acréscimos - em que pese o fato de que o último deles foi resultado de um momento sublime, para não dizer único, de inspiração do nosso lateral-esquerdo. Depois disso, nem minha ausência de crenças religiosas será um impeditivo à desconfiança de que os craques do passado estão olhando por nós, ou mesmo saindo das paredes do túnel do tempo e dando umas voltinhas por General Severiano.

Para quem viu o Botafogo conquistar, com ampla vantagem, o título de mais azarado da década, parece estranho perceber que os ventos andam mudando de direção. 

Isso porque poderíamos até mesmo ter sido campeões brasileiros em 2013, não fossem todos os gols que tomamos nos acréscimos e todas as incontáveis bolas que chutamos na trave. Para não falar sobre outros campeonatos ou outros anos...

A justiça tarda mas não falha. 

Os próximos capítulos, os deixaremos nas mãos dos Deuses do Futebol - nestes, sim, eu acredito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Estás inspirada hoje hein?

Como também não sou muito de acreditar em superstição e sendo um otimista por natureza, algo que até contrária um pouco o modo botafoguense de ser, vou ficando com o meu achismo e ele aponta para um ano de conquistas.

Alvinegro Apaixonado